sexta-feira, 26 de abril de 2013

Fragmento de lucidez 1: Fatigado pelos padrões. Autenticidade, por onde andas?





Certa vez caminhava pelo centro da cidade quando ouvi três pessoas conversando:
- Comprei um DVD, mas já quebrou.
- As coisas não duram mais nada hoje em dia!
- É, parece que já são feitas pra se quebrar!
Estaria tudo bem se eu já não houvesse ouvido esse mesmo diálogo de 99% das pessoas insatisfeitas com produtos eletrônicos. Ora, o que há com as pessoas? Por que diabos tanta gente vive na mesmice? Quero dizer, mantêm o mesmo discurso, têm uma visão em massa do mundo, contentam-se em gostar das mesmas coisas.

Essas pessoas eu classifico como ovelhas: vivem inertes, vão para onde o pastor comanda. Nunca questionando, nunca fazendo diferente. Sempre produzindo lã e carne, lã e carne, lã e carne dia após dia. Assustam-se com uma nuvem e assustam-se novamente com outra nuvem no dia seguinte.

Não sou uma ovelha. Nem branca nem negra. Sou uma raposa. E que isso, pelo amor de deus, não seja visto como uma pieguice motivacional. Não! Estou falando que devemos sempre nos reinventar. Nos recriar! Para quê fazer todos os dias as mesmas coisas se nós somos dotados de criatividade? Eu até aceito que ninguém seja “melhor” que ninguém, mas poxa, dá pra ser melhor do que você mesmo.

É muito fácil dançar conforme a música, mas por que não fazer uma música nova? Ou uma coreografia nova, pelo menos pra começar? Não podemos dar moleza para o cérebro! Há um grande prazer na sensação de progresso, de evolução. Nossa espécie anseia desesperadamente por isso. Tudo o que produzimos é uma melhora do que foi fabricado antes, então por que não fazer o mesmo com o pensamento?

Sou a favor de nunca dizer a mesma frase, de nunca cometer o mesmo erro, de nunca cair duas vezes no mesmo lugar! A gloriosa saída do casulo tem que acontecer todas as manhãs. Amo as manchas das girafas, que nunca se repetem, as nuvens, os rios, enfim, todos esses movimentos diversos da natureza. Eles fazem parte de nós, estão codificados em nossos genes. Muito mais óbvios do que muitas pessoas querem acreditar.

Mudemos! Essa é a única tecla em que se vale a pena bater mais de uma vez.

Imagem: Giraffe by ~ecom

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