quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Uma noite a mais, um mal a menos

Dormir, mais uma vez, enfim. O desejado repouso mais que um alívio para o corpo que pesa irredutível sobre os ossos, é uma trégua de mim mesmo. Ando chato ultimamente, muito preocupado, exagerando em todas as doses, esquecendo-me da sagrada homeopatia. Temendo a sombra lançada pelo tsunami de expectativas sobre o mundo e sobre mim, vou me ajeitando de um lado para outro do colchão, esperando o universo escurecer e silenciar ao meu redor. A inconsciência é doce e breve. Mesmo sabendo que o sol virá para acabar com a minha festa no dia seguinte, não consigo evitar o mergulho – e que mergulho! – no meu mindinho de perfeição onírica. Jack Sawyer queria saber por que a vida tem sempre de exigir tanto e dar tão pouco. Partilho de sua dúvida, mas estou me colocando numa zona de conforto sob meus cobertores. Agora eu quero simplesmente parar de fazer a coisa que eu faço mais do que respirar e dizer até logo aos meus numerosos pensamentos. Porque nada se resolverá nem se complicará enquanto eu estiver na cama.