Dormir, mais uma vez, enfim. O desejado repouso mais que um
alívio para o corpo que pesa irredutível sobre os ossos, é uma trégua de mim
mesmo. Ando chato ultimamente, muito preocupado, exagerando em todas as doses,
esquecendo-me da sagrada homeopatia. Temendo a sombra lançada pelo tsunami de
expectativas sobre o mundo e sobre mim, vou me ajeitando de um lado para outro
do colchão, esperando o universo escurecer e silenciar ao meu redor. A inconsciência
é doce e breve. Mesmo sabendo que o sol virá para acabar com a minha festa no
dia seguinte, não consigo evitar o mergulho – e que mergulho! – no meu mindinho
de perfeição onírica. Jack Sawyer queria saber por que a vida tem sempre de exigir
tanto e dar tão pouco. Partilho de sua dúvida, mas estou me colocando numa zona
de conforto sob meus cobertores. Agora eu quero simplesmente parar de fazer a
coisa que eu faço mais do que respirar e dizer até logo aos meus numerosos
pensamentos. Porque nada se resolverá nem se complicará enquanto eu estiver na
cama.
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