terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sinestesia Fantástica



Mesmo imerso num mar de incertezas, ao passo que as cinzas são varridas de minhas penas pelo vento, como uma mariposa à noite, vejo-me atraído por uma luz azulada que poderá me eletrocutar. Mas talvez não seja noite. Talvez eu esteja em uma caverna e esse brilho venha de uma fresta no teto pela qual poderei escapar. Devo ficar atento à presença de vento também. Minhas asas cansadas já não têm tanta sensibilidade.

Ah! Que sabor terá o ar quente do dia, depois de uma noite tão longa e gélida? Que promessas estarão codificadas nas nuvens? Eu quero essa chuva sobre mim. Sinto-me preparado para essa sinestesia fantástica! Ver o cenário se distorcendo a minha volta, cobrindo longas distâncias em alta velocidade, de braços abertos, indo e voltando... a sensação de que nada é impossível... o conforto de ver as novas folhas de um verde luminoso lançando sua sombra sobre as que secam ao chão, sendo absorvidas e se transformando em nutrientes...

É verdade que, num piscar de olhos estou de volta à escuridão. Mas esta não é mais completa. E mais: estou no meu caminho para longe dela.

Pra ler ouvindo:

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