domingo, 3 de abril de 2016

25 verdades sobre mim

Quem disse que quem se define se limita? Já vi alguns vídeos de vloggers com listas de "fatos" sobre eles, mas nunca tinha pensado em fazer uma dessas sobre mim até hoje. O legal dessa lista nem é mostrar para as pessoas mais informações do que elas precisam sobre você, mas o exercício de honestidade consigo mesmo que isso proporciona. Eu tentei ser o mais sincero possível e não me orgulho de tudo o que está aí. Recomendo muito a experiência!


1. Não gosto de gatos nem nada que a internet produz sobre eles.
2. Canto e até danço na rua de vez em quando.
3. Não tenho paciência com gente mal resolvida.
4. Não gosto de gente que PROMOVE(!!!1!) suas ideologias.
5. Não gosto de gente preguiçosa.
6. Não gosto de falsos-descontentes.
7. Me sento de pernas cruzadas de vez em quando.
8. Gosto de promover o afeto e ver todo mundo se abraçando.
9. Gosto de ficar sozinho e aproveitar minha própria companhia, independente do meu estado emocional.
10. Não consigo conversar com muita gente ao mesmo tempo.
11. Não sei cozinhar (quase) nada.
12. Sou manhoso quando fico doente.
13. Gosto de olhar para as coisas até achar que elas são estranhas.
14. Acabo procrastinando e faço maravilhas sob pressão.
15. Às vezes eu não entendo nada que as pessoas falam.
16. Eu preciso me sentir estimulado pelas pessoas ao meu redor.
17. Eu me afasto das pessoas que não me fazem sentir bem, independente do que já tenhamos vivido.
18. Não consigo rir com filmes de comédia nem me assustar com terror, mas os dramas acabam comigo por mais bestas que sejam.
19. Eu me atraio por pessoas que não acho bonitas.
20. Não gosto (mais) de comer besteira.
21. Acho o sotaque nordestino fascinante e forço o meu.
22. Detesto o lugar chamado zona de conforto.
23. Amo ir contra a maré se eu acreditar que isso vai ter um bom resultado.
24. Detesto hype.
25. Detesto gente que reproduz discurso e não tem um pingo de autenticidade.
Faltou um monte de coisas, claro. Meditei sobre essa lista e acabei me conhecendo melhor após lê-la em outro momento. Eu aposto que daqui a alguns anos ela vai estar bem diferente, mas isso não invalida a maravilha dessa brincadeira.

12 perguntas alternativas para fazer a qualquer pessoa

Cansado das mesmas perguntas quando estou conhecendo alguém, eu resolvi bolar um questionário diferente para desenvolver a minha impressão das pessoas. Vou aproveitar e perguntar também a quem eu já conheço.

1 - se você fosse outra pessoa, como você se apresentaria a si mesmo?
2 - que homem negro você acha atraente?
3 - que frase você gosta de ouvir as pessoas falando?
4 - com que animal você acha que teria uma boa conversa?
5 - que plano você abandonou para fazer algo completamente diferente?
6 - o que você faz quando não consegue dormir?
7 - qual dos seus sentidos você acha mais importante?
8 - qual é o lugar onde você se sente mais a vontade?
9 - que parte do seu corpo você mais acaricia?
10 - em que filme você se sente  a maior parte do tempo?
11 - qual você acha que será seu último pensamento?
12 - se você pudesse comprar uma única coisa a vida inteira, o que seria?

Eu quero dizer, perguntas sobre idade, profissão, estudos e signo não me deixam tão interessado em alguém. Não me dizem nada sobre a individualidade das pessoas. Já me decepcionei com a personalidade de pessoas que amam pizza e gostam das mesmas músicas que eu. Opiniões políticas? ZzZzZzZz... Causas que apoia? ZzZzZZzZzZz... Preciso sair da mesmice.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Aqui e agora: apenas um ponto de vista

There lies one insular entity in my soul,
 forcing me to break free from fetters to fetters.
 Tell me, Little One, am I a fool for still believing in utopia?

-Ichabod-*

*


Todas as tardes tem o mesmo cheiro. Eu só não fui capaz de perceber isso porque o meu cérebro estava ocupado demais tentando interpretar os sinais que os olhos enviavam para ele. Mas naquele momento letárgico entre estar dormindo e acordado, quando o peso do seu corpo se esvai completamente e você começa a atravessar aquela barreira mágica entre este mundo e o mundo dos sonhos, é possível embarcar numa viagem sensorial “às cegas”. 

É aí que as cores das coisas se tornam mais belas, sua pele fica sensível a ponto de ser finalmente capaz de sentir a temperatura real do ambiente, sua audição consegue determinar o espaço e até mesmo os irritantes gritos das crianças brincando nas ruas ficam, de alguma forma, harmônicos. Todo o resto, as estúpidas urgências que a responsabilidade exige, os angustiantes e inalcançáveis prazeres imediatos, as vertiginosas voltas do relógio que sempre te ultrapassam, enfim, toda aquela tsunami de expectativas maduras, some.

– “Em que mundo você prefere viver?” – citou o homem de cartola colorida que morava naquela casa feita de doces, onde acabei indo parar. – Ora – ele deu um tapa displicente no ar e contraiu os lábios, girando os olhos para cima com desdém –, que pergunta idiota! É óbvio que este aqui é muito melhor, meu querido! Você prefere este, mas está preso ao outro. Separados por coisas bobas como letrinhas nas palavras real e ideal.

– Você não passa de um vaidoso. Olha tudo o que aconteceu por sua causa! – berrou o peixe de jujuba no aquário de calda de framboesa. – Tudo o que existe aqui é você, até mesmo eu!

Hu-hum! – pigarreou o homem de cartola colorida. – O que ele quer dizer é que você não vai perceber a existência de nada, a não ser que seus sentidos mandem as coisas para que seu cérebro interprete. Você vê este peixe e automaticamente ele se torna simplesmente uma imagem aceitável para o seu cérebro.

– Querido, estamos falando de um peixe de jujuba num aquário de calda de framboesa – repliquei. – Como isso pode ser aceitável?

O homem de chapéu arregalou os olhos para mim, tomado por uma inesperada perplexidade. Em seguida enfiou as pontas dos dedos de luvas no aquário e, num movimento furtivo, comeu o peixe.

– Por isso que ele não era um peixe! Era uma bela e robusta jujuba.

– E eu nem gosto de framboesa – deixei escapar.

– Parece que você está finalmente reparando no óbvio. Porque o que há nesse aquário é leite.

– E isso nunca foi um aquário, para ser honesto – acrescentei, achando divertido. – Trata-se de um simples copo.

– A mensagem que eu enviei deve ter chegado à sua cabeça – sorriu-me o homem. – A percepção é convencional. As leituras de todos esses agrupamentos de átomos é exclusivamente sua. O fato de você ser um humano e perceber o mundo em três dimensões, com estas cores, cheiros, temperaturas, texturas e sabores não garante que ele seja assim, de fato. Tempo e espaço se retorcem acima e abaixo de nós e nós nem podemos dizer onde diabos é em cima e embaixo.

~.~

*Imagem e citação: Dopaprime

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Please don't go, I'll eat you whole




Primeira ilustração da minha série para as músicas de Alt-J, começando com Breezeblocks, do álbum An Awesome Wave.
A canção fala sobre relacionamentos abusivos, nos quais uma pessoa gosta tanto da outra que chega a machucar a ela e a si própria para mantê-la por perto. Quem viu o videoclipe da cantora Pink para "Please don't leave me" deve entender.
Minhas influências para essa ilustração foram alguns trabalhos de Andy Houghton, que eu amo, a própria letra de Breezeblocks e fotos de ataques de leões a herbívoros na África.

Deviations

Estou de volta também ao DeviantART (clica!), onde vocês podem ver a minha galeria maravilhosa hahahaha! #vemk


O retorno da garrafa jogada ao mar

Há um tempo eu havia deixado de escrever aqui. Eis a desculpa: fiquei sem tempo. Eis a verdade: havia perdido o interesse. Mas hoje me deu saudade de postar coisinhas, sabe? Eu tenho tido conversas maravilhosas com alguns amigos e os resultados dessas conversas são pensamentos maravilhosos, conclusões sobre o mundo realmente iluminadas, que vale a pena registrar e compartilhar. Não sou de postar meus textos no Facebook, apesar de o alcance ser claramente maior que o do Blogger, porque acho que aquela rede social, como chamam, não tem espaço para tudo. Sendo assim, volto ao Minhas Drogas com muitas ideias para textos que eu vou tentar postar o mais frequentemente possível. Meus textos são como uma carta que eu coloco numa garrafa e jogo ao mar, na esperança de que alguém encontre e que eles façam uma diferença positiva na vida dessas pessoas.