terça-feira, 2 de setembro de 2014

Epifania de um menino

Abro a torneira da pia do quintal e fico olhando a água encher a bacia. São dez da manhã de um dia de verão e eu estou de férias. Acordei às oito e tomei café assistindo desenho, mas como já acabou, decidi vir brincar. A bacia é meio grande, verde e a água reflete uns cacos de luz do sol ao ondular enquanto eu, com certo esforço e medo de derramar tudo, tiro-a dali para o chão.
Nela coloco meus brinquedos: uns cinco dinossauros, um homem-aranha, dois carrinhos e uns dez soldadinhos verdes.
Fico intrigado com o fato de alguns boiarem e outros não. Os que boiam eu empurro para baixo e eles emergem novamente, oscilando na superfície. Sorrio. Brinco um pouco com eles ali, simulo lutas e faço todas as vozes e efeitos sonoros do filme que se desenvolve na minha cabeça. É mágico: nesse momento tudo na vida é só isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário