domingo, 24 de fevereiro de 2013

Quando chove




O frio sempre me lembra minha infância, não consigo entender o porquê. O céu cinzento, o cheiro da terra quando chove, até mesmo o efeito que o som tem quando se propaga no ar úmido... dentro de casa as paredes costumavam ficar úmidas também, e o cheiro do sabonete no banho quente era tão refrescante. Lembro-me de tomar um desses banhos e assistir algum filme com meu irmão e minha mãe a tarde inteira. Lembro-me de colocar a farda da escola e exclamar “cinco para uma!” enquanto ainda estava almoçando feijão com arroz e purê. Depois, na minha adolescência, a chuva marcou o dia de um festival de cultura japonesa para o qual eu fui e fiquei maravilhado com tantas coisas boas e com a quantidade de pessoas que, assim como eu, gostava delas. Algum dia também irei me lembrar desses domingos em que passo o dia inteiro em casa, dando graças a Deus por momentos de tamanha paz. Pode ser que esteja relacionado ao fato de eu ter nascido numa época chuvosa, pode ser que seja um alívio sentir o ar gélido depois de tantos dias de calor infernal. Mas essas lembranças e todos os sentidos que elas trazem do meu subconsciente sempre serão bem-vindas, pois por elas eu tenho muito carinho. É um espetáculo sensorial. É muitíssimo importante para mim.



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