Eita, quase me deixei ser engolido pelas águas de janeiro (de março não, pelamôr!) e por pouco não posto aqui - coisa de férias. Estava planejando algo mais elaborado, mas me veio a ideia de trazer uma boa mensagem, e que melhor maneira de fazer isso se não com uma bela e comovente música? Dá o play!
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terça-feira, 15 de janeiro de 2013
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Análise: Prosopopeia em E tem outra coisa, de Eoin Colfer
Nota do Guia: Lembrar-se geralmente é um processo que envolve dois estágios no cérebro, implicando diálogo entre as partes consciente e subconsciente. O subconsciente inicia este procedimento vomitando memórias relevantes, um ato que libera um jorro de endorfinas autocongratulatórias.
- Muito bem, cara - diz o consciente. - Esta lembrança é realmente útil nesse momento, eu tinha me esquecido de onde a tinha guardado.
- Você e eu, parceiro - diz o subconsciente, feliz por ver sua colaboração sendo reconhecida pelo menos uma vez. - Nós estamos juntos nessa.
Depois, o consciente revê a lembrança em sua mesa de trabalho e manda uma mensagem dizendo para o esfíncter se preparar para o pior.
- Por que você me lembrou disso? - grita ele com o subconsciente. - Isso é medonho. É terrível. Não queria me lembrar. Por que zark você acha que eu a enfiei no fundo do cérebro?
- Esta é a última vez que te ajudo - choraminga o subconsciente enquanto se recolhe para as partes mais escuras de si mesmo, onde os pensamentos malignos se abrigam. - Não preciso dele - diz a si mesmo. - Posso fazer uma nova personalidade para mim com as coisas que ele descartou. - E assim, as sementes da esquizofrenia são plantadas junto com adubos de bullying, negligência, baixa autoestima e preconceito.
Por sorte, betelgeusianos não tem quase nenhum subconsciente, então tudo bem.¹
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Uma das coisas mais marcantes da obra de Douglas Adams (além do seu modo de falar da vida, do universo e tudo mais), é a prosopopeia - a atribuição de características humanas a seres inanimados -, também comumente utilizada com elementos abstratos. Quem conhece a obra ou pretende conhecer pode se deliciar com a maestria do autor d'O Guia do Mochileiro das Galáxias ao lidar com essa fabulosa figura de linguagem.
Outro autor que teve a perspicácia de não apenas perceber isso, mas de fazer um uso igualmente magistral foi Eoin Colfer, quando foi convidado a escrever o sexto volume da saga original. Já no primeiro capítulo de E Tem Outra Coisa... ele presenteia os leitores - principalmente da nossa geração - com o trecho genialmente cômico acima.
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